segunda-feira, 14 de julho de 2008

P 20. DEIXOU DEUS TODO O GÊNERO HUMANO PERECER NO ESTADO DE PECADO E MISÉRIA?

“Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade, desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria e os levar a um estado de salvação por meio de um Redentor” (Ef. 1. 4 - 7; Tt 3.4 - 7; Tt 1.2; Gl 3.21; Rm 3. 20 - 22).

Para muitos, a afirmação acima parece contradizer o Amor de Deus. Como pode Deus salvar alguns apenas? Não é injusto da parte de Deus? Ora, estas perguntas expressam uma pressuposição equivocada, pois parte do princípio de que Deus é obrigado a salvar a todos, sob o padrão de justiça do Homem. Porém, Deus não deve a salvação a ninguém e, certamente, é Deus padrão de Justiça para si mesmo. A Doutrina exposta nesta pergunta, a Eleição, está intimamente ligado ao Amor e à Justiça de Deus. À Justiça porque niguém está em posição de requerer de Deus alguma coisa, pois todos pecaram(como, logicamente já foi exposto nas perguntas anteriores); ao Amor porque Deus assim o faz como Gracioso, isto é, por graça. Amor e Justiça não se anulam; antes, são faces da mesma moeda: “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto”(Sl 89.14). Mas como somos, por natureza, filhos da ira (Ef 2.3), Deus não nos salva sem um acordo, tal como no Éden. Com aqueles a quem Deus elegeu, fez Ele um “pacto de graça”. A condição é que “todo o que crê será salvo” e o que “não crê será condenado”(Jo 3.36), sendo Jesus Cristo o Mediador deste Pacto. Mas, veja, estando o Homem indisposto para isto(II Tm 2.26; Jo 5.40), e sendo deixado por si, certamente será condenado, aprouve a Deus, pela sua bondade e desde a eternidade, salvar alguns(Jr 31.3). Decerto que o nome dado a este ato de Deus, em salvar Homens que estavam em estado de pecado e miséria, sujeitos a todas as misérias, à morte e às penas do inferno para sempre, não pode ser outro nome além de Amor. Negar esta Doutrina magistral das Escrituras é usurpar de Deus a prerrogativa de julgar como lhe aprouve. É pensar que nossos padrões de justiça e de bondade são superiores aos de Deus. A Doutrina da Eleição é a única que enfatiza a Bondade e a Severidade de Deus; A Eleição não traz orgulho; nem mesmo para o Eleito. Antes, traz ações de Graça “ ter Deus elegido[os seus] desde o princípio para a salvação”. E o fez por Amor do Seu nome, no Filho Amado. Acaso parece mau aos teus olhos o fato do Senhor ser bom?

Rev. Gaspar de Souza. SDG

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