terça-feira, 20 de maio de 2008

P.12 QUE ATO ESPECIAL DE PROVIDÊNCIA EXERCEU DEUS PARA COM O HOMEM NO ESTADO EM QUE ELE FOI CRIADO?


Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida, com a condição de perfeita obediência: proibiu-o de comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de morte”(compare Gn 2.16,17 com Rm 5.12-14; Rm 10.5; Lc 10.25-28).

Há uma distância infinita entre Deus e o Homem, pois, diferente dos conceitos pagãos, a Escritura apresenta Deus e a Criação como disitintos, sendo o Deus Triúno, Infinito e Pessoal a Realidade Úlitma em quem todas as coisas existem (At 17.24, 25; Ap 4.11. Cf Is 40. 13 - 17). Esta definição bíblica demonstra desde logo que para o Homem usufruir algo da parte de Deus, tem que ser por um ato de condescendência da parte de Deus. Se o vaso tem ciência do Oleiro é porque o Oleiro se revela ao vaso (Cf.Rm 9). Porém, isto não cria uma obrigação do Oleiro para com o vaso, mas cria sim, uma obrigação do vaso para com o Oleiro. Em outra palavras: “o próprio fato da criação traz a criatura sob obrigação em relação ao Criador, porém não pode trazer o Criador sob obrigação em relação à Criatura”(A. A. Hodge, 1999, p. 170). Assim, para que fosse possível destacar esta obrigação, aprouve a Deus fazer com o Homem, Adão, um pacto ou uma aliança de vida. As partes deste Pacto são Deus e o Homem como representante de sua descendência; a promessa era a vida pela obediência à uma ordem de Deus (não comereis da árvore do conhecimento do bem e do mal - Gn 2. 16, 17); as condições: o Homem manter-se fiel à ordem sob a penalidade da morte em todos os seus aspectos - espiritual, temporal e eterna. A este pacto dá-se o nome de “Pacto de Obras”. Aprende-se desta reflexão que Deus procurou nos ensinar a Sua vontade e acerca do Bem que deveríamos buscar - confiar em Sua Palavra. Na Aliança com Adão e sua Posteridade, o Senhor Deus deu-lhes a opção de serem dependentes do Senhor Deus e do que Ele disse - Sua Palavra; ou serem autônomos. Como veremos mais adiante, nosso Representante (e nós, por conseqüência) escolheu ser autônomo, isto é, escolheu o caminho da independência, e da morte. A importância desta pergunta do BCW é que, ainda hoje, a autonomia humana, a não sujeição ao Deus Triúno, está arraigada no Ser do Homem. Deu-se início a dois pensamentos sobre a Vida: Deus e Sua Palavra são o ponto de referência para vida ou o Homem é este ponto; Deus mesmo nos diz quem Ele é e o que nós Somos; ou nós mesmo dizemos isto; Deus interpreta a Realidade para nós; ou nós a interpretamos. A julgar pelo caos moral, religioso, ético, de conhecimento e de propósito da vida, vê-se que a segunda opção tem sido a escolha humana.

Rev. Gaspar de Souza. SDG
boletim 18.05.08

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