“Nossos primeiros pais, sendo deixados com à liberdade de sua própria vontade, caíram do estado em que foram criados por terem pecado contra Deus”(Gn 3. 6-8; Ec 7.29; 2Co 11.3; Sl 5.4; Rm 5.12; 1Tm 2.14).
O relato do Gênesis acerca de Adão e Eva é tido por muitos como um mito desenvolvido pelos hebreus, à semelhança dos antigos, para explicar a origem do mal e da morte. Porém, a negação do registro de Gênesis como histórico tem sérias implicações para o Homem. Pode-se dizer que o texto em si pretende ser entendido historicamente com o evento acontecido no tempo e no espaço, pois, muitos anos depois, o próprio Jesus Cristo e o Apóstolo Paulo o entendiam como registro de um fato espaço-temporal (Mt 19.4-6; Rm 5. 12-21; 2Co 11.3; 1Tm 2.13, 14). Qual a importância disto? Francis Schaeffer em seu livro O Deus que Intervém (Ed. Cultura Cristã, 2002, pp. 157 - 159) diz que o Homem vive um “dilema” no qual “os seres humanos estão em condições de alcançar as maiores alturas e de afundar nas maiores profundezas da crueldade e tragédia”. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que o Ser Humano emite bons julgamentos, admira a beleza, a ordem e a justiça, também comete atos abomináveis. As soluções do Humanismo Secular não são satisfatórias, pois consideram que o Ser Humano é e sempre foi assim: cruel. É claro que nenhum Humanista Secular deseja levar até o final esta convicção, pois são contra as Guerras, Desigualdades, Opressões, Exploração dos Pobres, Genocídios, Assassinatos etc. Não pensam que se esta sempre foi a natureza humana, não adiante lutar contra elas, pois nunca deixarão de existir; devem parar de ser hipócritas de emitir juízos sobre certo ou errado, visto não haver diferença real entre os dois. No entanto, as Escrituras, como explica o Breve Catecismo, afirmam que esta maldade não fazia parte da natureza humana. No Éden, Adão e Eva, no tempo e no espaço, isto é, na História, optaram por não seguir as ordens do Deus Triúno, Infinito e Pessoal (Nos mitos pagãos os deuses são partes da Criação; o impessoal originando o pessoal. Temos um nome para este conceito: irracionalidade). A liberdade que Deus lhes havia dado, fora mal utilizada. Optaram pela visão satânica de que Deus não era bom ou confiável (v. Gn 3. 5) e que Sua revelação do Mundo não era clara o suficiente (Gn 3. 1, 3). Desejaram conhecer a si mesmos e Criação à parte de Deus, isto é, a partir de outra referência (Gn. 3.5, 6). Rejeitaram a oferta de glorificarem a Deus; antes desejavam glorificarem a si mesmos (Gn. 3. 5a), repudiando a moral absoluta de Deus para seguirem conceitos próprios acerca do Bem e do Mal (Gn 3.5c). Como disse certo escritor (Schlissel, 2006, p. 167): “Deus tinha oferecido somente uma razão para não se comer do fruto, e Eva (e seu esposo Adão, por conseguinte – NA) achou três razões para comer dele [...]. E nessa barganha ela (e ele – NA) fez uma redefinição, na qual Deus era mal e a serpente boa. ‘Ele [Deus] quer me impedir de ser tudo o que eu posso ser’”. O Ser Humano encontra-se, pois, caído, alienado de Deus. Na Queda ocorrida no Éden, nossos Pais optaram pela autonomia e pela morte.
Rev. Gaspar de Souza. SDG
boletim 25.05.08
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